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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sou do tamanho da minha lembrança!

Coloquei o meu casaco, peguei o guarda chuva. Olhando para o espelho parecia que eu não estava esquecendo de nada. Estava protegida da possível chuva que estava por vim. Olhei para o teto não acreditando para onde eu ia, e o que estava por acontecer. Olhei e sorri para espelho , tudo vai ficar bem .Eu acho. Sai , pela porta, abrir o guarda chuva e mandei uma mensagem para ele. Já estava no final da tarde, ele havia me convidado para ir a uma lanchonete. A principio não queria ir, não queria saber da sua viagem incrível. Estou feliz por ele. E triste por nós. Ele como sempre foi o mais resolvido da relação, já estava decidido, já visualizava diversos planos e sonhos. Alma de aventureiro que me invejava. Não era um cara comum . Adorava livros e astronomia. Me prometeu que um dia iria me levar até saturno. Com ele eu conheci , coisas das quais eu não conhecia no meu caráter. Com ele fui corajosa, mulher, menina e louca. Ainda ressentida com o que esta acontecendo. Continuei caminhando ao encontro dele. Aproveitei para chorar bastante. Talvez as minhas lagrimas poderia se camuflar com a chuva, e se tornar talvez uma coisa “normal e corriqueira. Por fim cheguei. Vi ele sentado no canto e fotografei aquilo na minha lembrança. Trocamos olhares e alguns risos, quem via aquilo, até achava que aquilo era o primeiro encontro, mas não, era o ultimo. Sentamos . Ele pediu, o meu doce preferido e uma aguá.. Ele pegou na minha mão. Olhei para ele. Aproximamos as nossas testas. Senti a sua barba e ele sentiu o meu perfume. Respiramos. E abrimos os olhos . E naqueles olhos escuros eu vi o meu reflexo. Eu sorri . Ele me beijou. Quando o doce chegou eu nem toquei nele, não podia perde tempo . Tinha que guardar cada expressão, cada olhar com ele. De fato é muito difícil despedidas. E difícil chegar ao fim e sentir o vazio. Mas nem tudo dura para sempre. Até as palavras acabam. Mesmo tendo vivido muitas coisas com ele. Eu sentia que não tinha vivido o suficiente. Ele não vai morrer, ele só vai mudar de pais para sempre? Vamos ser de planetas diferentes. Ele conhecerá outra pessoas e eu também. Ele me perguntou como seria depois, e eu chorei. Ele me perguntou se eu estava triste, eu respondi que era alivio, por saber que ainda existe algo no mundo que faz o meu corpo tremer. Nos abraçamos e rimos , não lembro nem porque. Só lembro dos sorrisos. E prefiro ficar com eles. Com a felicidade. Mesmo que exista fronteiras, a maior fronteira somos nós mesmos. Decidimos isso , porque achamos o certo. Colocar a culpa no destino parece tão fácil, difícil e ter coragem, isso sim é um grande desafio. Quando vi a distancia nos afastando , senti um aperto inexplicável . Ele virou a esquina , enquanto eu esperava o sinal fechar. Cheguei em casa, e fui para o quarto que parecia diferente. Talvez porque eu estava diferente. Diferente como? Não sei. Em algum momento eu perdoaria aqueles pensamentos e dormiria. Acordaria e descobriria que o tempo passa, e entenderia o porque da viagem, o porque de tudo. Portanto o que impota são as minhas lembranças, pois elas me levam para antigos lugares. Antigos lugares me levam para antigas escolhas. E as duvidas não me levam a nada. Mas de fato durante isso aprendi , que eu não sou maior que o tempo, mas sou do tamanho das minhas lembranças. E sei que com elas eu consigo viver. Ele viajou e eu fiquei . Esperando alguém me levar a saturno . Porém não vou esquecer da chuva, da lanchonete, da barba e do olhar sincero. Isso tudo vai na bagagem. Na minha Bagagem de mosqueteira. E não quero levar isso como um fim de um filme romântico, mas quero levar como inicio de um filme de aventura. Dentre tantas coisas ele me ensinou o mais importante: que foi se aventurar pela vida. E por isso, ele vai ser a minha melhor lembrança.

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