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sábado, 19 de janeiro de 2013

Entre “aspas” eu te encontrei





Te conheci numa livraria. Você estava lendo Machado de Assis, foliava paginas de Dom casmurro,enquanto eu estava ali, abaixada aos pés da prateleira , pegando um livro da Eça de Queiroz. Dou uma risada quando você do meu lado cheirou o livro. Já vi que ,não sou a única normal.
Começamos a conversar na fila apenas. Sabe aquela conversa ,descompromissada que começa citando a meteorologia e termina com discussões políticas. Mentira, termina com um discurso do ultimo episódio do Dexter.
Esse foi o começo de uma história desconhecida e anti- épica que nos restou.
Depois dali, do inicio, nos tornamos amigos. Comemos no Subway e íamos ao teatro. Descobrir que você não gostava de tumulto e ainda por cima tinha alergia a abacaxi. Logo abacaxi? Não vou poder dividir o meu suco de abacaxi com hortelã com você. Mas continuo te achando legal. Juro.
Três anos depois de amizades vi que, já não queria ser sua amiga. Enjoei de ser sua amiga. O produto “amigo ” venceu. Te vi de forma distorcida e opaca. Sem conotação eu confesso para mim , que estou apaixonada. E isto, é perigoso, adverte o meu coração, ou seria o meu cérebro?. Não quem adverte é o coração meu cérebro tirou férias em janeiro , infelizmente.
Ando dormindo tarde, acordo panda e ando mais ansiosa que a minha tia. Fui ao médico em busca de cura, mas acabou o estoque do remédio. É ,ficar apaixonada não deve ser tão ruim assim. Não quero ser sua amiga, queria dizer isso para você. Mas como sou ansiosa e fantasio as coisas prefiro não falar nada. Não agora.
Uma coisa que tenho que dizer, é que estou nervosa, nesse momento , estou tendo aqueles sintomas de mulheres apaixonadas e as borboletas já se proliferaram no meu estomago. Isso, só porque você está sentado no meu sofá -com aquela blusa que eu adoro em você - comendo pipoca e segurando um livro do Caio Fernando de Abreu. E você já marcava uma página. Deveria ser a pagina 35..
Você deixou o seu vinho de lado e me olhou, quando sentei ao seu lado.
Ele pediu minha licença e falou que iria ler uma crônica do Tio caio , e disse que eu iria acompanha-lo na leitura. Achei meio bizarro isso, mais aceitei. Senti medo pela primeira vez em gaguejar numa leitura.
Começamos a ler paragrafo curtos e lentos cheios de metáforas. Mentira eu inventei isso . Começamos a ler ,é o que você precisa saber. Ultrapassamos as virgulas . Fomos da exclamação ao ponto final. E até agora eu tinha controlado o meu nervosismo, sorte minha . Ele estava lendo com uma interpretação charmosa e engraçada, com algumas pausas desnecessárias, será que ele também estava nervoso?
Ele conseguia dar vida ao personagem. Isso eu tinha que admitir.Ou pelo menos dava a vida ao meu sorriso ,que as vezes se escondia entre as palavras.
Quando chegou ao final ,o seu personagem falava umas coisas sinceras. Tinha haver com esse tema clichê de amor marítimo. Lembrei que já havia lido aquela crônica e tinha adorado , talvez pela simplicidade, talvez porque estava muito visceral ultimamente. Não sei .Sei que ele estava lendo aquela crônica para mim no sentido denotativo.isto é.,ele está lendo a quem do personagem , ele roubou aquelas palavras para me dar de presente .Mas porque? Ou será que eu apenas estou fantasiando um final feliz para nós dois? Enquanto penso isso as palavras prosseguia...
ele lia”..
-”Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar. “

-bonito esse final. Temos que fazer isso mas vezes. Tio Caio fala coisas tão bonitas e..

-Quem disse.... fui eu sua boba. Disse porque eu estou apaixonado por você . E preferi usar aspas para dizer . É Atrás delas que as vezes eu me escondo e fujo . Mas cansei de fugir do amor. Quero ir atrás dele nesse barco , você quer ir comigo?

-Quero , só vou ter que levar remédios de enjoos..


Rimos e nos beijamos. Como um fim nada épico e muito menos dramático. Mas cheios de reticências em formato de coração....

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